segunda-feira, 22 de maio de 2017

Ser Oeste Sketcher em Montejunto

A realidade proporciona uma certa ironia casuística, como se existisse apenas porque alguém a sonhou anos antes, mesmo que todos os elementos nela presentes estejam baralhados.
Confesso que nunca assisti a uma partida tão cheia de imprevistos, mas assim que o comboio se alinhou correu tudo bem.
Quando chegamos à serra, o vento empurrava-nos para os cantos abrigados do convento, alguns escolheram a sombra, outros o sol.

Entre ruínas e paisagem, eu escolhi o alinhamento de antenas no topo do relevo. ...e ao mesmo tempo, o canto abrigado e cheio de sol com a companhia da Rita.


Vou ter de um dia voltar ao convento para o desenhar, em redor existem algumas paisagens fabulosas, fascinam-me aqueles pinheiros talhados pelo vento, ao longo da encosta. 
A manhã passou a correr, tiramos a foto de grupo e avançamos para o parque de merendas, uma bela surpresa para quem não conhecia.
Tínhamos a árdua tarefa de fazer um piquenique, passar pelas brasas e conviver...

Era o lugar ideal para rabiscar pessoas, ainda tentei fazer um apanhado geral do espírito do grupo no piquenique mas distrai-me tanto com a conversa agradável, no fim, muitos já nem la estavam e eu ainda ia pintando algumas cores.


Como estava insatisfeito com o desenho anterior, onde não consegui apanhar todos os sketchers e a Rita no canto do bloco parecia um gremlin transformado, resolvi apanhar com linha toda aquela desarrumação de lápis e pincéis à volta dela, estava mesmo a divertir-se, descalça, de posição irrequieta, sentada ou deitada, a desenhar como se tivesse voltado aos tempos de criança, entre o sonho e a realidade.
Achei interessante, a Rita como "diamante em bruto" (segundo ela) vai pintando com manchas, descomplexada, evitando limites ou regras rígidas, deixa o desenho fluir a partir de uma realidade desfocada, vai definindo e deformando aos poucos, ao sabor do prazer que a atravessa pelo simples acto de desenhar.

Para ela, a linha é demasiado definitiva, segue um processo oposto à minha forma de pensar, onde é difícil desconectar do que academicamente me formatou, voltei ao papel procurando esse "desligar", mesmo mantendo a linha, são estes desenhos rápidos com pouco tempo para pensar que acabam quase sempre por me dar mais prazer. Obrigado Rita.


Foi um belo encontro, tenho a agradecer a todos, em especial, a todos os que fizeram a viagem de longe e ao André Baptista que continua a ser um elemento essencial no espírito do grupo. 



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